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Pais dão exemplo e conduzem filhos a reconhecerem o valor do Corpo de Bombeiros de Militar

A importância do Corpo de Bombeiros Militar na sociedade vai além da bravura e da habilidade técnica; ela é também um reflexo de valores fundamentais como coragem, solidariedade e compromisso com a comunidade. Muitas vezes, essa compreensão profunda é transmitida através do exemplo dos pais, que desempenham um papel crucial na formação da percepção de seus filhos sobre essa profissão essencial.

Desde cedo, pais que atuam no Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) compartilham com seus filhos as experiências e os valores associados a essa carreira. Ao mostrar respeito e gratidão pelo trabalho do Corpo de Bombeiros Militar, eles ensinam os filhos a reconhecerem a importância desses profissionais na sociedade. E, em muitos casos, os inspiram a seguir este exemplo de caráter e a desejar colaborar para tornar o CBMMT uma instituição ainda mais forte.

E não há idade para aprender e se inspirar. Giovana Carvalho Barros, de apenas 6 anos, tem testemunhado de perto o que significa ser um bombeiro militar através de seu pai, o coronel BM Rony Robson Cruz Barros, chefe do Estado Maior e comandante-geral adjunto do CBMMT. Ainda que ela não tenha muita noção da importância do pai para a instituição, já sabe que ele é alguém que protege e cuida das pessoas com coragem e dedicação.

“Quando ela estiver um pouco maior, já não me verá mais fardado, mas terá as recordações do pai bombeiro. Então, o principal é pensar que estou deixando um legado, trabalhando em uma instituição respeitada e admirada pelas crianças, e que minha filha terá essa lembrança no futuro, de que seu pai era bombeiro”, afirma o coronel.

Comandante-geral adjunto com sua filha Giovana

E nem mesmo a intensa carga de trabalho impede o coronel de ser um pai presente. Ele afirma que faz questão de levar a filha ao quartel sempre que possível, permitindo que ela testemunhe o que ele faz, criando memórias valiosas e ajudando-a a compreender o valor de seu trabalho.

Segundo o coronel, o orgulho que sua filha sente ao vê-lo fardado é evidente, embora às vezes ela se sinta tímida diante da admiração que sua presença provoca entre os colegas e outras crianças. Para ela, é visível que a figura do pai bombeiro é uma parte normal da vida, mas também uma fonte de orgulho e inspiração.

“Em reuniões de pais, muitas vezes saio do expediente para participar com minha filha e vou fardado. Quando chego, as outras crianças ficam eufóricas, enquanto a minha, às vezes, fica tímida, porque não está acostumada com todos admirando seu pai ou a farda que uso. Para ela, isso já é algo normal”, conta o coronel Rony.

E como um bom bombeiro militar, o coronel Rony garante que faz da paternidade uma extensão de seu trabalho como bombeiro, tentando proteger e guiar sua filha da melhor forma possível. No entanto, ele reconhece que, muitas vezes, é ela quem lhe ensina, proporcionando um aprendizado mútuo que enriquece a relação de pai e filha.

“Como pai e bombeiro, sempre tento cuidar e proteger. Acho que isso não é exclusivo dos bombeiros, mas de todos os pais. Existe um amor incondicional pelo filho, assim como eu tenho pela minha filha. Muitas vezes, me vejo na posição de tentar protegê-la e defendê-la a todo custo, evitando que a vida a ensine por outros meios. No entanto, às vezes, percebo que ela está mais me ajudando do que eu a ajudando. Então, ao mesmo tempo em que sinto a necessidade de protegê-la, vejo nela muita força e equilíbrio”, encerra o coronel Rony.

A força da inspiração

A relação de um pai bombeiro protetor que cuida de sua menininha é uma história atual, mas poderia facilmente se confundir com um passado não tão distante na vida da coronel BM Vivian Rizziolli Côrrea. Ela conta que desde a infância teve uma figura paterna tão exemplar que lhe fez, aos cinco anos, desejar seguir os passos do pai, o coronel BM Sérgio Roberto Delamônica Corrêa, hoje na reserva.

Vivian Rizziolli Côrrea quando começou a sonhar em ser bombeira militar

Ele relata com carinho o momento inesquecível em que percebeu que a paixão de sua filha Vivian por se tornar bombeira militar começou a acender em seu coração.

“Quando estava fazendo o curso em Brasília, na minha formatura, ela pegou meu quepe e o colocou na cabeça. Para minha surpresa, ela me disse: ‘Pai, eu também vou ser bombeiro’. Naquele momento, algo despertou em mim, e hoje vejo que ela se tornou oficial do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso. Para mim, é uma grande honra tê-la na instituição”, diz o coronel da reserva.

A jornada para se tornar oficial foi um reflexo de tudo o que Vivian observou em seu pai, durante o trabalho como bombeiro militar. Ela conta que viu nele um homem sempre disposto a ajudar o próximo, o que aumentou ainda mais sua admiração. Aos 12 anos, ela anunciou oficialmente que iria estudar para se tornar bombeira militar, para orgulho do pai, que também vem de uma família de militares.

“Não sei se muitos pais que são militares pensam assim, mas geralmente há a expectativa de que, se tiverem um filho homem, ele seguirá a mesma profissão. No caso dele, ele não tinha um filho homem, então esperava ainda que secretamente que alguma das três filhas seguisse seus passos. Eu sempre gostei de ajudar as pessoas, então, acabou que o útil se uniu ao agradável. Ele me incentivava, dizendo: ‘Vai, tenta. Você vai gostar.’”, diz a coronel Vivian.

Coronel RR Delâmonica, sua esposa, e a pequena Vivian, hoje coronel também

Mesmo em uma época em que as mulheres não faziam parte da corporação, o desejo de servir falou mais alto, e o incentivo do pai foi fundamental para que Vivian se arriscasse na pequena chance de se tornar uma bombeira militar, com apenas duas vagas disponíveis para mulheres.

O que antes era apenas um sonho se tornou realidade. Vivian foi aprovada e fez questão de honrar o pai ao se formar na mesma academia onde ele também se graduou.

“Quando chegou a hora de escolher a academia de formação, optei por Brasília, onde ele se formou. Queria reconhecer a trajetória que ele havia trilhado e o honrá-lo e assim o fiz”, afirma a coronel.

Apesar de seguir os passos do pai, a coronel Vivian conta que buscou ser reconhecida pelo seu próprio mérito. Embora a comparação fosse inevitável, especialmente pelo fato de ser filha de um militar tão respeitado, o objetivo era ser tão boa quanto ele, de acordo com a coronel.

“A jornada não foi fácil. Enfrentei desafios, rompi barreiras e ajudei a abrir caminhos para que outras mulheres pudessem seguir na carreira militar. Hoje, olhando para trás, vejo o quanto contribuímos para a história do Corpo de Bombeiros. Mas, além das conquistas profissionais, o que mais me orgulha é a relação que construímos como pai e filha”, garante a coronel.

Essa relação foi moldada mesmo diante da intensa rotina de ambos no Corpo de Bombeiros Militar. À medida que seu pai avançava na corporação e alcançava o posto de Comandante Geral em 2006, o desejo da coronel de contribuir ainda mais para a instituição, assim como seu pai, só aumentava.

“Nunca ouvi meu pai falar sobre ter desafetos ou pessoas que não gostassem dele. Sempre o vi gerindo de forma tranquila, especialmente quando foi comandante-geral, pois contava com a admiração e apoio de todos ao seu redor. Para mim, ele é um excelente profissional e uma grande fonte de inspiração. Sempre observei isso nele e procurei seguir essa mesma abordagem em minha carreira”, conta a coronel Vivian.

Para o pai Delamônica, o vínculo é mais que uma relação pai-filha. É uma conexão forjada na dedicação e no amor ao servir. Para ele, o Corpo de Bombeiros Militar não foi apenas seu trabalho, mas um verdadeiro projeto de vida, que agora a filha também abraça com a mesma paixão de quando ele iniciou a carreira.

“Nós vivemos a instituição militar. Para mim, o militarismo sempre foi mais do que uma profissão. Na verdade, pode-se dizer que, ao transformar seu trabalho em um hobby, você nunca mais sentirá que está apenas trabalhando. E foi isso que eu fiz: transformei minha profissão em um hobby. Hoje, eu gosto de ser militar e de abraçar a profissão que escolhi, e acredito que ela também ama a profissão que escolheu. Por isso, desejo a ela o maior sucesso e que ela seja ainda melhor do que eu fui”, diz o coronel RR Delamônica.

Para Vivian, o legado do pai vai muito além das conquistas no Corpo de Bombeiros Militar. Ele foi e é um mentor em cada passo de sua jornada e, agora, torna-se a mesma referência para a filha dela, Mariana.

“Mesmo com a rotina agitada, ele sempre esteve presente em minha vida e agora na vida de sua neta. Ele continua sendo um exemplo, não só para mim, mas para toda a família. Meu pai é a personificação do que significa ser um bombeiro militar: coragem, dedicação e, acima de tudo, amor ao próximo”, conclui a coronel Vivian.

Ao falar de seu pai, a coronel Vivian destacou as virtudes que podem ser encontradas em muitos pais do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso: homens que guiam, protegem e inspiram seus filhos todos os dias. Esses pais não apenas desempenham um papel essencial em suas famílias, mas também moldam a próxima geração, que terá como base na vida valores como coragem e altruísmo, essenciais para a construção de uma sociedade melhor.

Fonte: Governo MT – MT

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