Conteúdo/ODOC– O secretário de Fazenda de Mato Grosso, Rogério Gallo, afirmou que o valor real da dívida da Prefeitura de Cuiabá ainda é desconhecido e pode ser maior do que o estimado. Segundo ele, além das estimativas atuais, que giram em torno de R$ 800 milhões, incluindo débitos com contratos e a Receita Federal (INSS), há a possibilidade de “despesas de gaveta” que ainda não foram identificadas.
Essas “despesas de gaveta”, conforme explicou Gallo, são dívidas contraídas sem a devida formalização em contrato e devem ser descobertas nas diversas secretarias à medida que os novos gestores assumam e tenham acesso aos detalhes da administração. Cerca de R$ 300 milhões do total já estimado estariam concentrados apenas na Secretaria de Saúde.
“O caixa da prefeitura está esgotado, não tem capacidade para cobrir as despesas. Com certeza existem despesas que estão nas gavetas e que só os novos secretários, quando abrirem essas gavetas, vão saber exatamente o tamanho do buraco”, disse Gallo.
O financeiro da Prefeitura de Cuiabá tem sido um ponto de discussão desde 2022, culminando, no final de 2023, na intervenção da Secretaria de Saúde pela Justiça. Na época, a secretaria enfrentava dificuldades para fornecer medicamentos e realizar consultas básicas, o que levou o Tribunal de Justiça de Mato Grosso a entender que o sistema estava em colapso.
A estimativa das dívidas, citada pelos candidatos a prefeito durante a campanha eleitoral, reflete os valores divulgados no início da intervenção, incluindo débitos trabalhistas. No entanto, Rogério Gallo alertou que o problema pode ser ainda maior quando os novos gestores tiverem uma visão completa da situação financeira.
Para Gallo, caso as medidas adequadas não sejam tomadas pela nova administração em 2025, a cidade corre o risco de enfrentar mais quatro anos de estagnação, o que, segundo ele, poderia resultar em 12 anos de gestão ineficaz em Cuiabá. “Se os novos prefeito e secretários não tomarem as medidas certas, nós teremos mais quatro anos perdidos, o que será um reflexo de 12 anos de quase não-gestão em Cuiabá”, alertou o secretário.