Após a abertura oficial do encontro do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, ontem (12), em Chapada dos Guimarães (MT), o grupo Business 20 (B20) Brasil apresentou painel com as recomendações da Força-Tarefa sobre Agricultura Sustentável e Sistemas Alimentares para os ministros da agricultura do Grupo dos 20 (G20).
O evento contou com a presença do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, demais ministros da agricultura dos países membros do G20, membros do B20 Brasil e representantes do setor.
As recomendações do setor privado foram desenvolvidas nos últimos meses e entregues à liderança do G20. “É uma honra liderar essa força tarefa e compartilhar as principais recomendações do setor privado para transformar nossos sistemas alimentares. Nosso objetivo é que eles sejam mais resilientes, inclusivos e em harmonia com o meio ambiente, contribuindo para a segurança alimentar global”, afirmou o painelista Gilberto Tomazoni, que é o líder da força-tarefa de Agricultura e Sistemas Alimentares Sustentáveis do B20 Brasil e o CEO Global da JBS.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tem se destacado na implementação de estratégias inovadoras para a produção agropecuária. Um dos principais projetos nesse sentido é o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuária e Florestais Sustentáveis (PNCPD). Este Programa tem como meta a recuperação e conversão de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis nos próximos 10 anos.
A iniciativa não apenas promove a sustentabilidade, mas também posiciona o Brasil como líder em práticas agrícolas responsáveis durante os eventos de agricultura do G20, demonstrando o compromisso do Mapa com a inovação e a eficiência na produção agropecuária.
SOBRE O B20 AGRO
Uma das prioridades apresentadas pelo B20 é estimular a produtividade sustentável, priorizando os países que produzem menos alimentos e, assim, reduzir a pobreza e a insegurança alimentar. Tendo essa meta em vista, o grupo elaborou três recomendações para o tema e seis ações de políticas públicas:
Recomendação 1
Fomentar o aumento de produtividade por meio do desenvolvimento e da ampliação de tecnologias sustentáveis.
Ações de políticas públicas:
Fomentar a inovação escalável e baseada em evidências científicas, facilitando o acesso dos produtores a novas tecnologias e à assistência técnica agronômica para lidar com os desafios interconectados do clima, meio ambiente, resiliência, segurança alimentar e acessibilidade.
Promover um ciclo de crescimento de produtividade de forma equitativa e sustentável.
Recomendação 2
Criar modelos inovadores de financiamento e colaboração para apoiar a transição dos agricultores para sistemas alimentares resilientes e sustentáveis.
Ações de políticas públicas:
Garantir alocação suficiente, eficiente e inclusiva de capital para uma transição rápida e em larga escala.
Monetizar o valor dos serviços ecossistêmicos relevantes fornecidos por práticas agrícolas regenerativas e sustentáveis, incluindo maior resiliência e resultados ambientais.
Recomendação 3
Fortalecer o sistema de comércio agrícola multilateral centralizado na OMC.
Ações de políticas públicas:
Promover o sistema de comércio multilateral da OMC para alimentos e agricultura, eliminando barreiras que distorcem o mercado e, ao mesmo tempo, orquestrando a adoção de práticas sustentáveis ao longo do tempo e garantindo a segurança alimentar.
Apoiar medidas pragmáticas, baseadas na ciência, para permitir a adoção de práticas sustentáveis e, ao mesmo tempo, facilitar o acesso inclusivo ao mercado dentro dos avanços do sistema de comércio agrícola multilateral baseado em regras da OMC.
ABERTURA – Fávaro deu início na manhã de ontem aos trabalhos do encontro ministerial do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, em Mato Grosso.
A abertura contou com a participação dos ministros e vices da Alemanha, África do Sul, Argentina, Arábia Saudita, Azerbaijão, Chile, China, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Noruega, Portugal, Reino Unido, Rússia, Singapura, Uruguai, além de representantes da União Europeia, União, da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Ao todo, são 50 delegações.
Sendo a 14ª reunião do GT da Agricultura do G20, está é a primeira vez que o Brasil sedia o encontro. Na ocasião, o ministro Carlos Fávaro destacou o empenho do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em restabelecer as relações diplomáticas e a presidência do país em encontros de grande importância internacional, como a presidência temporária dos Brics e a Cop30 em 2025. “Isso aumenta também muito a responsabilidade brasileira e nós estamos aqui unidos para colaborar com este novo momento da geopolítica mundial”, disse Fávaro.
O ministro ainda ressaltou que o tema central do encontro é construir um mundo justo com sustentabilidade, salientando o trabalho mundial ao combate à fome e a produção agropecuária com preservação
Após a abertura, ocorreram painéis que trataram sistemas sustentáveis e produtivos para a agropecuária, realizados individualmente pelo B20 Brasil, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) e pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
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