Mato Grosso tem grandes chances de voltar a ser governado por um empresário do setor agro a partir de janeiro de 2027. Apesar da comparação com o período de Blairo Maggi (PP), o cenário atual envolve mais disputas ideológicas do que a representação pura do setor produtivo, com um forte apelo ao perfil gestor como bandeira.
Desde que os novos prefeitos assumiram, as movimentações para 2026 já tomam forma entre os principais grupos políticos, destacando o atual vice-governador Otaviano Pivetta (REPUBLICANOS) e o bolsonarista Odílio Balbinotti como as figuras centrais nas discussões.
Embora Pivetta e Balbinotti mantenham uma boa relação pessoal e dialoguem frequentemente, isso não exclui a possibilidade de ambos se enfrentarem na disputa. O atual vice acredita que “sua hora chegou”, após ter se retirado de diversas eleições, mas essa visão parece estar mais ligada a uma vontade pessoal do que a um apoio coletivo.
O contexto aponta para a provável vitória de um candidato com um discurso alinhado à direita e com uma militância bolsonarista mais fervorosa do que a de Pivetta, refletindo a tendência já vista nas eleições de 2022 e 2024.
Nesse cenário, Odílio Balbinotti, proprietário da Atto Sementes em Rondonópolis e importante financiador de campanhas da direita em disputas municipais, surge como alguém com capacidade de mobilizar e engajar o eleitorado.
Muito próximo de nomes de peso do PL, como Cláudio Ferreira, José Medeiros, e Abílio Brunini, Balbinotti também tem laços estreitos com Jair Bolsonaro, Nikolas Ferreira e Eduardo Bolsonaro, consolidando sua influência. Apesar de não ter experiência eleitoral direta, ele está inserido no meio político há décadas, como filho de um ex-deputado federal de renome do Paraná.
Com uma postura conservadora e sólida formação em economia e gestão pública, Balbinotti traz uma visão profunda, capaz de enriquecer o debate político de forma mais densa que nas eleições anteriores. Ele não só se posiciona claramente, mas também apresenta um repertório técnico para justificar por que sua liderança pode representar um avanço para Mato Grosso.
Por outro lado, Pivetta, que se destaca por sua gestão exemplar em Lucas do Rio Verde, entende que seu histórico pode não ser suficiente para conquistar a maioria dos eleitores mato-grossenses. Ele busca atuar nos bastidores para garantir o apoio do PL, numa tentativa de enfraquecer a sigla bolsonarista. Contudo, a força do PL nas urnas representa um grande obstáculo para o projeto republicano de Pivetta.
