Conteúdo/ODOC – O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e candidato à prefeitura de Cuiabá, Eduardo Botelho (União), considerou “lamentável” a possível utilização da estrutura da Polícia Militar (PM) para prejudicá-lo durante a campanha eleitoral. A declaração foi dada após o último debate eleitoral, realizado na noite de quinta-feira (3), na TV Centro América. Apesar da gravidade da acusação, Botelho afirmou que não pretende acionar a Justiça sobre o caso.
“A equipe jurídica nossa, não, não tem nada a ver com isso, estamos focados na eleição. Se alguém entrou para me investigar ou investigar a Assembleia, porque a Janaina [Riva] falou que teve quebra de sistema da Assembleia, não sei se teve ou não, se investigou ou não, isso é um problema de polícia”, disse Botelho, ao ser questionado sobre o assunto.
O caso veio à tona após a presidente em exercício da ALMT, deputada Janaina Riva (MDB), solicitar uma investigação para apurar se deputados estaduais, que também disputam cargos nas eleições, estariam sendo alvo de “espionagem”. A denúncia já está sob investigação da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e da Polícia Federal, pois o episódio pode configurar crime eleitoral.
O soldado Hilton Elias Almeida Gonçalves, da PM, é apontado como o principal suspeito de ter acessado o sistema interno da corporação para buscar informações sobre Botelho. Conforme as investigações preliminares, o militar teria realizado cinco consultas em um intervalo de 30 minutos, baixando um boletim de ocorrência que supostamente envolve o presidente da ALMT. A suspeita é que o documento tenha sido vazado com o objetivo de prejudicar Botelho durante a campanha.
Mesmo com a repercussão do caso, o candidato minimizou o impacto da situação e afirmou que não está preocupado. “Não dou muita importância para essas coisas, sabe? Se tem uma pessoa que não liga para isso sou eu, não dei importância, mesmo porque nada me atinge, graças a Deus. Todas essas tentativas que eles fazem aí não têm me atingido, a população me conhece”, disse.
Botelho também afirmou que não acredita que o episódio esteja relacionado ao escândalo da “grampolândia pantaneira”, esquema ilegal de escutas telefônicas envolvendo a PM. Ele classificou a denúncia como eleitoreira, mas disse que a apuração deve ser feita pela Polícia Civil. “Não acredito, acho que é algo eleitoreiro, mas de certa forma lamentável. Não vou fazer acusações, porque não sei nem se realmente teve isso. É um caso de polícia”, concluiu.