O primeiro dia de interrogatório dos réus do caso Marielle no Supremo Tribunal Federal (STF) foi marcado por falhas na internet.
Nesta segunda-feira (21), as perguntas ao deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido- RJ) precisaram ser refeitas diversas vezes devido a falhas no sistema de internet da Penitenciária Federal de Campo Grande, onde o parlamentar cumpre prisão.
Por causa das interrupções, não houve tempo suficiente para finalizar os questionamentos e o interrogatório deve continuar na terça-feira (22).
As falhas na conexão aconteceram em diversos momentos das cinco horas de depoimento.
No depoimento, Brazão se emocionou e elogiou Marielle.
Nova tentantiva na terça
O desembargador Airton Vieira chegou a afirmar, por volta das 18h, que, se houvesse mais uma queda na internet, o interrogatório seria transferido para o dia seguinte.
O juiz ainda disse que poderia consultar o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, para que o réu fosse transferido provisoriamente para a carceragem da Polícia Federal (PF) local para continuar a audiência sem interferências.
Apesar da possibilidade, ao encerrar a sessão, o desembargador afirmou que a sessão de amanhã deve ser feita ainda da Penitenciária.
Além de finalizar o depoimento do deputado, a expectativa do juiz é que haja tempo suficiente para o interrogatório de Domingos Brazão, irmão de Chiquinho.
Os réus, acusados de serem os mandantes dos assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, serão interrogados até sexta-feira (25). Todos os denunciados serão ouvidos por videoconferência.
Após Chiquinho, são esperados os depoimentos de:
- Domingos Brazão
- Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil;
- Ronald Paulo Pereira, policial militar;
- Robson Calixto Fonseca, policial militar.
O procedimento é praxe em uma ação penal. É o momento em que o réu pode dar sua própria versão dos fatos pelos quais responde.
Depois dos interrogatórios, acusação e defesa terão cinco dias para avaliar se vão pedir outras diligências.
As partes terão em seguida o prazo de 15 dias para apresentar suas alegações finais – são as últimas manifestações no processo. Só depois desta etapa o caso fica liberado para julgamento.
Acusações
Chiquinho e Domingos Brazão respondem por homicídio e organização criminosa. Já Rivaldo Barbosa, por homicídio.
Ronald Paulo de Alves Pereira, policial militar apontado como ex-chefe da milícia de Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro, é réu por homicídio.
Robson Calixto Fonseca, assessor de Domingos Brazão, responde por organização criminosa.
Todos negam participação no crime.