A corrida eleitoral para a Prefeitura de São Paulo ganha novos contornos com o que especialistas chamam de “fator Marçal”.
Segundo Creomar de Souza, CEO da consultoria Dharma, a presença de Pablo Marçal (PRTB) como um terceiro elemento na disputa está levando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a adotar uma estratégia de recuo na política da capital paulista.
De acordo com Souza, o cenário político em São Paulo reflete uma tendência observada em outras cidades brasileiras: a dificuldade das principais lideranças nacionais, como Lula e Bolsonaro, em transferir votos para seus candidatos locais.
“Isso está bagunçando muito o jogo e está forçando para o ex-presidente uma espécie de recuo estratégico na cidade mais importante do país”, afirma o especialista.
Complexidade do cenário eleitoral
O analista destaca que a adesão de figuras importantes da direita, incluindo membros do PL, à candidatura de Marçal, está criando um novo desafio para o bolsonarismo.
Este movimento inesperado obriga Bolsonaro a reavaliar sua posição e estratégia na disputa municipal.
Enquanto isso, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro, parece não ter conseguido estabelecer uma conexão efetiva com o eleitorado bolsonarista.
Souza observa que a escolha de candidatos sem carisma, como Nunes em São Paulo e Ramagem no Rio de Janeiro, foi uma aposta do ex-presidente que não tem surtido o efeito desejado em todas as frentes.
Posicionamento de Lula
Em relação ao presidente Lula, Souza acredita que sua atual ênfase em agendas internacionais pode ser uma tentativa de se distanciar de possíveis derrotas nas eleições municipais.
“O resultado das municipais como um todo não deve ser satisfatório para o Partido dos Trabalhadores e para a esquerda como um todo na atual conjuntura”, pondera o especialista.