A senadora Margareth Buzetti (PSD) revelou que não irá ceder à pressão para se posicionar sobre a movimentação de parlamentares pelo impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A senadora criticou o que chamou de “caça às bruxas” promovida por militantes de direita. Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegam que Moraes teria usado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar bolsonaristas de forma “extraoficial”.
Anteriormente, Buzetti já havia expressado ceticismo sobre o andamento do processo, argumentando que a instauração dependeria da autorização do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No entanto, a pressão por parte dos apoiadores de Bolsonaro tem aumentado, com muitos buscando apoio para destituir o ministro do STF.
“Estou sofrendo uma pressão enorme para que eu me posicione, para que eu saia de cima do muro, e eu não funciono sob pressão, de jeito nenhum”, afirmou a senadora durante uma entrevista à Rádio CBN.
Buzetti ainda condenou a postura de alguns colegas que utilizam as redes sociais para expor parlamentares que não apoiam a causa. “Com todo respeito aos colegas parlamentares, quem está nas redes sociais pedindo que cobrem dos senadores está querendo likes e engajamento”, declarou. Ela também refutou a alegação de que o impeachment seria automaticamente aberto caso atinja 41 assinaturas, classificando essa ideia como “mentira cabeluda”.
A senadora ressaltou que não se sente obrigada a se manifestar sobre o tema, especialmente porque o titular de sua cadeira, o ministro da Agricultura e Pecuária Carlos Fávaro (PSD), pode reassumir seu cargo a qualquer momento e votar contra o impeachment. Buzetti lembrou de duas situações anteriores em que Fávaro retornou ao Senado para votar: na eleição de Rodrigo Pacheco para a presidência da Casa e na indicação de Flávio Dino ao STF.
“Nas outras duas vezes me pressionaram. Na eleição do Pacheco, o ministro voltou. É uma prerrogativa dele e ele votou. Na indicação do Flávio Dino ao STF, conversei com ele, porque é minha obrigação como parlamentar, e o ministro voltou e votou também. Então, nem sei se vou votar”, finalizou a senadora.